O advogado-geral da União, Jorge Messias, voltou a ganhar destaque nas articulações políticas de Brasília como um dos principais nomes cotados para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A possível indicação tem despertado entusiasmo em setores evangélicos, já que sua nomeação poderia resultar na presença de dois ministros evangélicos na Corte — ele e André Mendonça — algo inédito na história do tribunal.

Próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Messias tem adotado uma estratégia de diálogo amplo, buscando apoio entre progressistas e lideranças religiosas conservadoras. Membro da Igreja Batista Cristã de Brasília desde 2016, onde atua como diácono e já integrou o conselho fiscal da congregação, Messias é conhecido por seu perfil conciliador. A igreja é pastoreada por Sérgio Carazza, ex-secretário-executivo da então ministra Damares Alves, o que reforça a ponte de Messias com diferentes alas do espectro político e religioso.

O pastor Sérgio Carazza descreve Jorge Messias como um cristão genuíno, de postura reservada e comprometido com seus valores espirituais.

“Messias sempre demonstrou dedicação à vida de fé e aos ensinamentos bíblicos, mantendo-se firme em seus princípios mesmo após assumir cargos de destaque no governo”, afirmou o líder religioso.

Natural do Recife e oriundo de uma família cristã, Jorge Messias frequentemente atribui sua base de fé à educação recebida dos pais, Edna e Edson. Com trânsito entre denominações tradicionais, como as igrejas batista e presbiteriana, o advogado tem ampliado seu diálogo com segmentos pentecostais e neopentecostais. Desde 2023, participa ativamente da Marcha para Jesus, evento liderado pelo bispo Estevam Hernandes, reforçando sua aproximação com diferentes vertentes do movimento evangélico.

Durante a edição de 2025 da Marcha para Jesus, Jorge Messias foi recebido com aplausos ao subir ao palco e expressar “amor e respeito” pelo apóstolo Estevam Hernandes, a quem entregou uma carta em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesmo entre líderes religiosos alinhados ao bolsonarismo, o ministro não desperta resistência aberta. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, reconheceu publicamente sua postura ética:

“Não tenho nada contra ele. Divergimos em ideias, mas não na integridade.”

Caso venha a ser escolhido por Lula, Messias fará história como o segundo evangélico a integrar o Supremo Tribunal Federal, ao lado de André Mendonça, também ex-advogado-geral da União e atual ministro da Corte.

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